Transtorno

Colônia de Pelotas fica sem luz em meio ao calor extremo

Localidades chegam a ficar quatro dias sem energia no feriadão de Carnaval

Foto: Divulgação - DP - Na Colônia Osório, moradora perdeu um freezer cheio de alimentos

Nos dias mais quentes do ano, com a sensação térmica superando os 40°C na segunda-feira, comunidades em zonas rurais da região enfrentam desde sábado a falta de luz. Nas redes sociais, moradores relatam as perdas e reclamam da falta de atendimento por parte da CEEE Equatorial.

Na Colônia Osório, no 3º distrito de Pelotas, a população ficou sem luz no começo da noite de sábado e até a tarde desta quarta-feira (14) o abastecimento ainda não havia sido restabelecido. Moradora da região, Elizangela Domingues afirma que entrou em contato com a distribuidora de energia diversas vezes, mas não recebeu uma solução. "Perdi um freezer inteiro de mantimentos, e fora o poste de luz com o fio caído gerando risco para quem passa ali e também para os meus animais que estão no campo ao lado", diz. "Quem ressarce o consumidor dessa vergonha toda?", questiona a moradora.

A cerca de 20 quilômetros da Colônia Osório, na estrada da Colônia Santa Maria, a situação é parecida. A energia começou a oscilar na noite de sábado durante um temporal e só foi restabelecida durante a tarde de terça-feira. Tiago Mackedanz diz que as quedas de luz se tornaram tão recorrentes desde que a CEEE foi adquirida pela Equatorial que moradores tiveram que comprar geradores para evitar perder alimentos durante os períodos sem energia. Para os vizinhos que não têm condições de adquirir um gerador, resta esperar pelo serviço da distribuidora.

"A gente até comprou um gerador um ano atrás porque começou a acontecer muito isso, aí a gente coloca no gerador para não perder tudo", diz o agricultor. "Desde que entrou a Equatorial a questão é a demora no atendimento e até um desleixo. Às vezes é uma coisa mínima, em torno de 20, 30 casas dependendo de um fio. Meia hora resolveria o problema", afirma. Segundo ele, antes da privatização, em situações extremas a falta de luz não chegava a passar de dois dias.

Procurada, a CEEE Equatorial diz que atua com "máxima mobilização de suas equipes para normalizar seus serviços interrompidos devido aos temporais, com fortes chuvas, rajadas de ventos de até 90 km/h e volume elevado de descargas atmosféricas, que atingiram o Rio Grande do Sul durante o Carnaval". De acordo com a empresa, na tarde desta quarta-feira três mil clientes continuavam sem energia elétrica na área de concessão da Equatorial, sendo a região sul a mais afetada.

Na região metropolitana, prejuízos à ciência

Enquanto na região a falta de luz afeta predominantemente a zona rural, na região metropolitana um apagão gerou prejuízos no campus Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A falta de luz desligou equipamentos na segunda-feira gerando estragos em pesquisas conduzidas pela universidade. Em um dos laboratórios, mais de cem frangos morreram em função do calor. A interrupção foi causada pela ruptura de dois cabos subterrâneos durante uma obra de escavação.

O caso chama atenção para a estrutura dos campi das universidades da região. Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o coordenador de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Marcos Corrêa, explica que a instituição trabalha com geradores nas unidades em que há amostras biológicas. "A gente tem geradores na maioria dos lugares, no campus Capão do Leão e nos principais laboratórios em que as amostras mais delicadas ficam protegidas", diz. Segundo ele, no entanto, as quedas de luz frequentes na região acabam causando eventuais prejuízos a experimentos em unidades da UFPel em que não há geração própria.


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